Militares, vários são cegos seguidores -- CALAMIDADE PÚBLICA!



Estranho ver homens com mais de 50 anos de idade - militares que viveram as mais diversas situações, tiveram que tomar decisões rápidas, importantes, decisões in loco que poderiam definir a vida ou morte de outras pessoas - que quando questionados sobre os motivos que os levaram a manifestação do dia 15, respondem coisas como: "Tem que derrubar o STF, tem que derrubar esse Congresso Nacional". 

Estranho porque muito recentemente vi muitos deles procurar parlamentares, muitos têm amigos deputados e muitos até buscam intensamente ser eleitos para um cargo de deputado, federal ou estadual. 

Então como podem pedir a “queda do congresso”?

Vejo muitos deles dizer que tem que “acabar esse toma lá dá cá”, mas sei de vários que buscam desesperadamente um cargo de assessor e fazem campanha para aqueles políticos que lhes prometem tais cargos, não por causa de seu caráter.

Pior, sei de vários que possuem cargos comissionados e praticamente não vão à seção. “É coisa de política, nós o apoiamos na campanha e ganhamos o cargo, no Brasil é assim, não tem como correr disso... ”, explicam.

Mas, não explicam como pregam bons costumes se ganham pelo que não fazem, já que raramente vão às seções onde “trabalham”, e mantém as mesmas práticas que criticavam nos governos de esquerda. 

Outros que estavam na rua no dia 15 “defendendo Bolsonaro” estiveram lá na câmara junto de Freixo e outros da esquerda, únicos que ousaram apoiar a solicitação de graduados e oficiais do "baixo clero", e gritaram BOLSONARO TRAIDOR lá na audiência pública. 

Que coisa estranha! 

Eles dizem que “uma coisa é uma coisa e outra coisa e outra coisa. Temos que derrubar esse Congresso". 

"Intervenção militar já!" Gritam.

Intervenção militar! Ué! Como assim? 

Se há apenas algumas semanas diziam que os generais eram os monstros e agora querem os mesmos generais assumindo o Supremo Tribunal e o Congresso Nacional?


Há boatos, notícias que indicam que a cúpula do Ministério da Defesa estaria caçando militares que ousaram ir contra o PL1645, projeto que mudou toda a política salarial das Forças Armadas e que na visão de alguns foi injusto.



Será que esses “militares-manifestantes” não pensam? Imaginem só esses generais no poder!

Alguém acredita que se houvesse essa tal intervenção militar os generais deixariam BOLSONARO no poder? Todo militar COM MAIS DE 30 anos de idade sabe que os generais apenas suportam o "Mito". Bolsonaro fez sucesso na política justamente por enfrentar o Exército e ser amigo de graduados, que o mantiveram por vários mandatos. Há bem pouco tempo generais fechavam as portas dos quartéis para ele. 


Mas esse pesadelo nunca se tornará em realidade. Em 1964 generais agiram muito mais por medo de perder suas regalias do que por patriotismo. Pode ser que um ou outro escape, mas a esmagadora maioria apenas se borrava de medo ao imaginar os paredons cubanos.

Você e eu sabemos que não haverá qualquer ação desse tipo. Generais descobriram a fórmula para manter seu status independente do viés ideológico do mandatário do país. Acompanhamos essa gente durante todos os governos de esquerda, apenas ficaram quietinhos, sendo promovidos, desfrutando de seus motoristas e de todas as inúmeras regalias que possuem.

Resultado das manifestações

Só pra registrar a pergunta: Qual foi mesmo a conseqüência dessa manifestação do dia 15 no campo político? Os líderes do STF e Câmara estão pouco se importando com esse tipo de coisa, que manifestantes avaliaram como a grande salvação do Brasil. Todas as teorias conspiratórias valiam para provar que alguém tinha medo do ato.

Admira-me muito o todo sábio, poderoso e consciente clube militar participar desse tipo de coisa. Talvez não quisesse ficar de fora pra não perder popularidade. Afinal, hoje generais tem se preocupado bastante em angariar status político. Um carguinho no governo sempre vai bem. Tem vaga para muitos, principalmente se tiverem estrelas no ombros.


Coisa estranha e pouco recomendável há algum tempo! A cúpula das FA tradicionalmente se mantinha afastada desses cargos de governo.


Maia e Alcolumbre não se intimidaram nem um pouco e no mesmo dia publicaram notas criticando os manifestantes e a sandice de Bolsonaro em incentivá-los.

Alguns diziam: “Por medo de perder seus cargos eles inventam até vírus! Querem nos impedir de manifestar de qualquer jeito...”. Mas, que coisa louca! Um adulto dizer isso! Ou - pior ainda -  ter medo de contestar isso! 


Imagino que para participar de um ato desse tipo a pessoa se obriga a fingir-se de bocó o tempo todo, finge que acha que Bolsonaro é um santo e que os generais têm até asas de querubins, já que se questionar uma vírgula de qualquer uma das absurdas palavras de ordem o cara é logo apontado como COMUNISTA! MELANCIA!

Por último, os homens e mulheres adultos justificaram sua ida à manifestação e a possibilidade de ajudar no espalhamento do coronavírus com respostas adolescentes do tipo: “Fulano também foi pra reunião na CNN” ou “mas não impedem os ônibus de circular” ou  mas teve carnaval”. 


Por não ter como negar que erraram, como subterfúgio apontam erros de outras pessoas. Comportamento adolescente mesmo!


Bolsonaro havia feito o primeiro teste para o coronavírus, assim como o general Heleno. Hoje soubemos que a contraprova – outro teste – acusou positivo em Heleno. Portanto, o que é obvio, o primeiro teste pode falhar! 


Bolsonaro foi à rua e cumprimentou pessoas, mesmo sabendo que havia sido exposto e que podia estar contaminado!


Hoje vemos que o presidente que disse que a coisa era pânico desnecessário ou coisinha de nada, que incentivou seus seguidores à ir para as ruas, DECRETAR ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA!

Então, não era nada mesmo? Ou era e mentiu porque queria manipulá-los para ir para as ruas ajudá-lo em seu populismo inconsequente?

É mesmo uma calamidade!

Francamente não creio que uma pessoa que segue cegamente lideranças bolsonaristas leria um texto como esse, tão incisivo, até o fim. Talvez raríssimas exceções. 


Porém, não me importo, gosto de ser lido, mas também escrevo pra mim mesmo, escrevo pensando, ou penso escrevendo. É prazeroso, uma espécie de desabafo, acho.


Esclareço aqui que sou liberal e conservador, votei no Jair Bolsonaro. Mas, isso não significa que sou obrigado a apoiá-lo em todas as suas ações. 


Todo mundo dizia que não tinha político de estimação e isso deve ser mantido. Penso que políticos têm que ser vigiados, elogiados ou criticados. Não têm que ser seguidos cegamente.


Freqüentemente recebo ligações de assessores ou políticos chateadinhos porque escrevi algo sobre erros seus. 


Tem alguma mentira? Pergunto. 


Não me lembro de nenhuma ligação agradecendo por elogiar em artigos alguma ação, projeto de lei etc. 


Não sou seguidor cego de ninguém aqui dessa terra. Todos têm que ser avaliados ininterruptamente. Apoiamos as decisões que interpretamos como corretas e rechaçamos as que consideramos equivocadas.


“Não tenho político de estimação”, diziam. Continuem a dizer.

Eu não gosto do cheiro de inseticida, inseticida faz mal para minha saúde e jamais coloco perto de coisas que gosto, mas preciso usá-lo para afastar os insetos. O meu inseticida político foi o atual presidente, só havia ele na “prateleira”, tive que comprar e usar.


Por experiência sei que muita gente não gosta de ouvir verdades. Mas, quem irrompe pela carreira pública tem que se submeter a isso. Se você se sente incluído nesse texto não me leve a mal, afinal é política e pra você em política vale tudo, até dizer foda-se pra qualquer um que pense diferente, não e mesmo?


Então, se você pensa diferente de mim fica um grande abraço e deixo a oportunidade para postar aí a sua réplica, o campo de comentários está aberto. 


(Comentários desrespeitosos, em maiúsculas e off topic serão deletados)




Esse é um blog pessoal e - por respeito à linhas editoriais - nem tudo que aqui escrevo escreveria em meios de comunicação onde são publicados outros textos de minha autoria.

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Comentários

  1. Excelente abordagem, Robson. Um verdeiro raio "x" do momento atual. Concordo em número e grau com seu texto.

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